Páscoa, uma passagem para a Vida Nova...

Você já se perguntou: o que significa, para mim, esta vida nova de Cristo que celebramos no tempo da Páscoa? Repetidas vezes a liturgia nos aponta o caminho da Quaresma, tempo de sepultar o homem velho para nos tornar pessoas novas, de corrigir nossos pecados pessoais e sociais, e recuperar a dignidade pessoal e dos irmãos.

Este caminho pode nos representar uma longa jornada. Uma passagem da morte para si mesmo ao renascimento no amor, dos nossos próprios interesses àqueles da família, do nosso meio de convívio, da comunidade, a passagem da nossa escolha por nós mesmos à escolha pelos outros, a passagem do egoísmo à partilha e ao amor.

No sábado passado, véspera do 5º domingo da Quaresma, o Diác. Nelsinho Corrêa perguntava a um grupo de jovens missionários que realizava um retiro de formação na Casa de Maria, em Queluz, lugar onde nasceu a Comunidade Canção Nova, em 1978: “Ao longo de sua caminhada na comunidade, ilusões, fantasias, projetos pessoais foram caindo diante dos seus olhos. O que te sustentou até hoje?”

Recordávamos os anos de comunidade em que convivemos, de certa forma, com fraquezas e limitações pessoais e dos irmãos, mas também lutas, esperanças e aspirações daqueles com os quais partilhamos a nossa vida de comunidade. Chegamos à conclusão de que o que nos sustentou foi ter, a cada dia, um olhar novo sobre as pessoas que caminharam conosco, lado a lado, e também sobre os acontecimentos contrários à nossa própria vontade.

Além disso, o que nos sustentou foi a misericórdia de Deus que permaneceu viva, que se manifestou na força do nosso chamado, mesmo quando a dor e o sentimento de desistência nos visitaram.

Percebemos em todos esses anos que, quanto mais o nosso olhar se aproxima da face do Senhor e O contempla, mais é possível reconhecer nos irmãos a imagem e semelhança d’Ele, sentindo a paz que emana de um olhar, de um sorriso, de gestos que falam além das palavras.

O Diác. Nelsinho nos lembrava a fotossíntese. Quantos de nós nos deixamos “intoxicar” pelos defeitos próprios e os dos outros, que acabam por minar a nossa fé e nos fazer mergulhar na tristeza e depressão. Mas é preciso que o processo de converter o “gás carbônico” em “oxigênio” nos aproxime do verdadeiro sentido da “Páscoa”, desta “Vida Nova” em Jesus, desta passagem do “Homem Velho” para o “Homem Novo”.

Não tenhamos medo! É grande a luta mas, é necessária esta passagem!

O vigia é aquele que sempre vê o dia nascer. Ele “desperta” a aurora. Façamos desta a nossa vocação! “Todo irmão é guarda do irmão”, nos diz João Paulo II, referindo-se à Palavra em Gênesis, 4,9. E Chiara Lubich, na sabedoria de fundadora de um dos movimentos mais difundido em todo o mundo, nos ensina:

“… somente quem ama vigia bem. Vigiar é próprio do amor”.

Não esperemos que a Páscoa se inicie a partir dos outros. Que possamos despertar, a cada novo dia que se inicia, a aurora desta “Vida Nova”!

Caminhemos nesta quaresma com um “novo olhar” (o olhar que vê o essencial…), na expectativa da vida nova que vem em Cristo Ressuscitado!

Rádio América,
Uma Canção Nova em Sua Vida!

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