"De um pequeno porão, o Senhor nos conduziu ao grande Centro de Evangelização!"

A reportagem da Rádio América visitou Pe. Edimilson Lopes, na casa onde ele vive com mais sete missionários, membros da Canção Nova de São Paulo. Consagrado na comunidade há treze anos, Pe. Edmilson completa em dezembro nove anos de sacerdócio, tendo passado por uma experiência no seminário salesiano durante aproximadamente cinco anos.

Ao lado da foto dos pais, em seu pequeno quarto, encontramos um porta-retrato com a imagem da Irmã Lúcia e, curiosamente, junto aos seus livros, um acessório utilizado pelos muçulmanos, a “Taqia”, e um outro pelos judeus, a “kipá”. “Sou muito aberto ao diálogo inter-religioso e ecumênico, porém, guardo estas lembranças por ocasião de tê-las ganhado de presente de uma amiga muito querida, da Obra de Maria”.

Também, ao lado da cama, encontramos uma figura de Dom Bosco. Ao ser interrogado sobre o significado, Pe. Edimilson afirmou que a imagem de Dom Bosco representa para ele a fonte de onde bebeu toda a inspiração para o seu sacerdócio e do desejo de ver a juventude salva. “Eu o tenho bem ao meu lado para me recordar sempre do seu amor e dedicação à juventude. Daí-me almas e ficai com o resto”, ele disse com entusiasmo, citando a frase de Dom Bosco que inspirou a Canção Nova na realização do Projeto Daí-me Almas.

Pe. Edimilson falou de sua experiência como formador da segunda maior frente de missão da Canção Nova. A missão de São Paulo comporta aproximadamente 70 membros de vida e aliança, rádio, produtora de televisão, web e casa de evangelização, além do segundo maior local de eventos da Canção nova, o Centro de Evangelização Pe. Léo Pereira.

Ele destacou a forma como a Canção Nova viveu em São Paulo a celebração do Reconhecimento Pontifício da Canção Nova, unida aos irmãos peregrinos em Roma. Os membros da comunidade realizaram uma convivência no dia 3 de novembro, na R. Rafael de Barros, onde se localiza a antiga casa de evangelização da Canção Nova.
Entrevista

Na missa presidida por Dom Stanislaw Rylko, no dia 3 de novembro, ele nos dizia da importância da Canção Nova “fazer memória”, recordar-se dos grandes feitos do Senhor, do nascimento da comunidade, dos momentos fortes que nos marcaram. O que representa para a missão de São Paulo, a segunda maior frente de missão da Canção Nova, estar hoje em convivência na R. Rafael de Barros?

É interessante que, quando eu comecei a vir a São Paulo para celebrar a santa missa de quinze em quinze dias, era na R. Rafael de Barros que celebrávamos, um lugar muito apertado, sem ventilação. Era muito difícil celebrar ali, porque as vezes chovia, entrava água, outras vezes fazia calor demais.

Porém, a Canção Nova em São Paulo, mesmo com todas essas dificuldades, procurou ser fiel a Deus, fiel à missão.

Poder hoje, nesta convivência, estar junto com os irmãos próximo a este local tão pequeno, querendo ou não é fazer memória daquilo que também Deus, neste Reconhecimento Pontifício deu à Canção Nova de São Paulo como graça, porque ele nos tirou do “porão” e nos conduziu ao grande centro de evangelização, o centro de evangelização Pe. Léo Pereira. Então, para nós é fazer memória deste Deus que é fiel, e faz com que experimentemos o pouco, para depois sermos fiel no muito.

Padre Edmilson, o senhor não foi à Roma em peregrinação, mas acompanhou tudo daqui do Brasil. Como o senhor viveu com a comunidade estes momentos tão importantes, assumindo também no lugar do João Luiz, que está em Roma, a função de responsável de missão e formador geral da comunidade?

É tudo muito novo. Até as expressões “responsável de missão” e “formador geral”, cai no meu coração como uma grande responsabilidade junto a missão de São Paulo. Porém, estamos vivendo dias de graça junto à comunidade, porque tem sido para nós ocasião de nos deliciarmos junto aos irmãos que estão em Roma, em tudo o que eles viveram ao vivo, e nós através dos meios de comunicação que o Senhor nos concedeu como forma de evangelizar. Querendo ou não, vivendo tudo o que eles viveram lá, fomos aos poucos evangelizados, ao mesmo tempo levando todos os outros a viverem esta experiência forte que está sendo o Reconhecimento. É um graça muito grande viver e festejar com a comunidade de São Paulo este momento, porque cada irmão que vemos na televisão, a gente celebra e se alegra com eles.

De cada momento, qual se destacou para o senhor, e qual o senhor traz para a sua vida, para o seu sacerdócio, para a sua experiência de comunidade na Canção Nova?

O Dom Rylko, na homilia da missa que celebrou no dia do Reconhecimento, dizia que, uma vez que atingimos esta maturidade e o Reconhecimento Pontifício, que nós não nos acomodemos, cruzemos os braços, porque agora temos o Reconhecimento Pontifício, mas ao contrário, o Reconhecimento Pontifício é para nós, uma motivação nova, uma efusão nova, um ardor novo para cumprirmos com fidelidade a nossa missão. E quando ele dizia isso, eu abraçava para mim, em nível pessoal, diante do Reconhecimento Pontifício da comunidade. Agora, mais do que nunca, eu como sacerdote preciso “correr atrás” para querer dar o 100% na missão de evangelizar, e de maneira particular, como é o meu anseio aqui em São Paulo, a juventude.

O que o senhor diria a todos neste momento em que a Canção Nova contempla o Reconhecimento?

Tudo o que estamos vivendo é graças a Deus, graças à docilidade do mons. Jonas e daqueles que vieram com ele, que permanecem fieis até hoje, mas acima de tudo, até mesmo falando do crescimento material da Canção Nova, é graças a você, nosso sócio, arrecadador. Você não pode ficar esquecido neste momento. Eu deixo para você esta mensagem carinhosa, do mais profundo do meu coração, por tudo o que você fez pela Canção Nova nestes 30 anos. Temos tantos irmãos que já faleceram, mas que contribuíram, viúvas ou viúvos que hoje continuam pagando pelo seu ente querido que já partiu para a casa do pai. Se somos o que somos, estamos celebrando o que estamos celebrando, e se chegamos aonde chegamos, é graças a Deus, ao Mons. Jonas, mas também, graças a você que faz com que a Canção Nova aconteça dia após dia.

(Depto. Jornalismo – Rádio América)

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